O presidente da Renamo, Ossufo Momade, está a planear abandonar a liderança do maior partido da oposição moçambicana ao término do seu mandato, previsto para 2028. Fontes internas da organização revelam que Momade pretende abrir espaço para uma nova geração de líderes, marcando o início de uma nova era dentro da Renamo.
No entanto, a possível transição não ocorre sem turbulências. O ambiente interno da Renamo encontra-se tenso, com membros veteranos e ex-guerrilheiros a exigirem a sua saída imediata. Alegam má gestão, falta de diálogo com as bases e perseguições internas. A frustração chegou ao ponto de um grupo de desmobilizados ocupar recentemente a sede nacional do partido, em Maputo, exigindo a sua demissão.
A liderança de Momade tem sido fortemente criticada por não representar os ideais tradicionais da Renamo e por uma suposta ausência de transparência na condução dos assuntos partidários. A crise interna levanta dúvidas sobre a coesão do partido e sua capacidade de preparar-se adequadamente para as eleições gerais de 2028.
A sucessão de Momade já é tema de bastidores. Nomes como Elias Dhlakama — irmão do falecido líder Afonso Dhlakama — e Juliano Picardo começam a ser mencionados como potenciais sucessores. Apesar disso, o partido ainda não definiu uma data para a realização do congresso ou das eleições internas que possam oficializar essa transição de poder.
A liderança de Ossufo Momade teve início após a morte de Afonso Dhlakama, em 2018. Desde então, ele tem tentado conduzir a Renamo por um caminho mais institucional, negociando com o governo e promovendo o desarmamento dos seus antigos combatentes, embora com resultados contestados por parte das suas bases.
Em meio a essa incerteza, cresce a necessidade de um diálogo profundo dentro da Renamo para garantir uma transição pacífica, que preserve a unidade do partido e reforce sua posição como principal força de oposição em Moçambique.
