Após meses longe dos holofotes, Ossufo Momade, presidente da Renamo, reapareceu publicamente nesta terça-feira (4) e afirmou que a responsabilidade pelo pagamento das pensões aos desmobilizados recai unicamente sobre o Estado moçambicano, não sobre o partido que dirige.
A declaração surge num momento delicado para a Renamo, que enfrenta fortes tensões internas, com críticas crescentes à liderança de Momade por parte de antigos guerrilheiros. Esses membros exigem sua saída da presidência, alegando falta de respostas em relação às promessas feitas no processo de desmobilização.
“É preciso deixar claro que a obrigação de pagar pensões aos nossos desmobilizados cabe ao Estado. O partido não tem condições legais nem financeiras para assumir essa responsabilidade”, disse Momade, numa rara aparição desde as eleições gerais de 9 de outubro.
A sua intervenção ocorre num contexto de crise interna cada vez mais visível, com divisões profundas dentro do partido e movimentações de pressão por parte de alas descontentes. Os ex-combatentes reclamam não apenas pelo atraso nas compensações, mas também pela falta de comunicação e liderança ativa desde o último pleito eleitoral.
O líder da Renamo reforçou ainda que está disponível para dialogar com os membros do partido, mas advertiu que “a luta pelo poder interno não pode colocar em causa o compromisso com a paz e a estabilidade nacional”.
