O dirigente sénior da RENAMO, Elias Dhlakama, declarou esta quarta-feira, em Maputo, que o partido atravessa atualmente uma fase muito difícil, marcada por tensões internas e desentendimentos. Para o irmão do falecido fundador da RENAMO, Afonso Dhlakama, negar essa realidade seria um ato de ingenuidade.
Durante a IV Conferência Nacional da ACOLDE, realizada para debater a crise interna do partido, Elias Dhlakama afirmou:
“O partido não está num bom momento, e fingir o contrário seria um erro infantil. Vejo uma movimentação estranha, uma espécie de convulsão que não devia acontecer no seio da nossa formação política. Queremos um partido unido e sem divisões.”
Ele ainda explicou que a contestação é um processo natural em qualquer organização, mas que é essencial que existam canais apropriados para resolver os conflitos que geram insatisfação.
“Muitas vezes, as contestações não são o problema principal, mas sim consequências de questões maiores. O que deve ser enfrentado é o problema que origina essas contestações,” frisou.
Além disso, Elias Dhlakama expressou sua decepção com os últimos resultados eleitorais, que colocaram a RENAMO na terceira posição, muito abaixo das expectativas de vitória.
“Lamento profundamente que, em vez de conquistarmos o primeiro lugar, que era a nossa meta, acabamos em terceiro. Essa situação não agrada a ninguém, muito menos a mim,” afirmou, demonstrando insatisfação.