Tete — A VII Conferência Provincial da Organização da Juventude Moçambicana (OJM) na Cidade de Tete foi marcada por controvérsias provocadas pelo comportamento do Primeiro Secretário do Comité da Cidade, Nicolau Zalimba. Fontes locais e membros da organização denunciam práticas de tribalismo, nepotismo e extorsão que têm causado descontentamento entre os jovens militantes.

Segundo relatos, Zalimba estaria usando sua influência e posição na Autoridade Tributária para pressionar empresários locais, ao mesmo tempo em que tenta impor candidatos ligados ao seu grupo étnico, os Macheuas, em detrimento de outras tribos, como os Massenas e Manhungues. Um exemplo é a tentativa de promover o candidato Andir, afilhado da mãe de Zalimba, a deputada Marta Zalimba.

Além disso, o jovem Diamantino Rúpia, bastante apoiado pela base, teria sido inicialmente rejeitado por motivos considerados obscuros, o que levou à intervenção direta de lideranças centrais do partido, incluindo Silva Livone, Constantino André e o chefe da Brigada Central, para garantir sua participação.

Conforme denunciam membros da OJM, Zalimba teria orientado seu secretário das finanças, Samson Chongo, e outros aliados a intimidar membros e delegados para favorecer determinados candidatos. Acusa-se também a secretária da verificação, Fernanda, de agir com pouco conhecimento dos estatutos, dificultando a transparência do processo eleitoral.

A comissão eleitoral teria sido manipulada para beneficiar aliados de Zalimba, como Adamo Manonga, prometido para cargos administrativos apesar de antecedentes negativos. As eleições, segundo diversas fontes, foram fraudulentas e precisam ser anuladas para preservar a integridade da organização.

A situação é agravada pelas nomeações feitas por Zalimba na Assembleia Municipal, onde teria colocado familiares e aliados próximos, como a namorada Naira Amade, o sobrinho Carlos Gastão e outros parentes, mostrando um padrão de favorecimento que ultrapassa os limites partidários.

Acusações sérias envolvem desvio de fundos da campanha eleitoral, com Zalimba e Samson adquirindo veículos de luxo às custas do dinheiro que deveria beneficiar o partido. Também há relatos de extorsão contra membros influentes, como o General Mbiza.

O clima interno está tenso, com pedidos de intervenção para investigar e anular as eleições da OJM na Cidade de Tete, buscando restaurar a confiança e a unidade. Militantes exigem ainda que Samson Chongo renuncie ao cargo no secretariado e que a liderança da OJM retome um compromisso sério com os jovens e com a ética partidária.