O Presidente da República, Daniel Chapo, encontra-se de visita à província de Inhambane. Logo à chegada, reiterou o seu compromisso com a integridade, a justiça social e a promoção da igualdade de oportunidades. No entanto, chamou a atenção a sua ênfase na necessidade de manter a paz, ao referir que “depois das eleições, testemunhámos indivíduos, usando como pretexto os resultados eleitorais, a envolverem-se em actos de violência, vandalismo e manifestações ilegais de carácter criminoso”.
Apesar disso, o Chefe de Estado continua a evitar comentar directamente as causas que estiveram na origem do conflito pós-eleitoral, preferindo apontar as consequências e responsabilizar terceiros. Enquanto isso, cresce a exigência pública por mais coerência entre os discursos e as acções governamentais, especialmente no que toca à transparência e à prestação de contas.
Críticos apontam que os discursos do Presidente tendem a focar-se nas manifestações, omitindo questões fundamentais como a alegada fraude eleitoral e os casos de violência policial. A expectativa era que, a poucos dias de completar os 100 dias de governação, Chapo apresentasse resultados concretos ou esclarecimentos sobre o que tem feito pelo país.
Quanto ao roteiro da visita, há informação de que, apesar de estar previsto deslocar-se ao distrito de Massinga, o comício presidencial não terá lugar na vila sede – onde a sua popularidade é considerada baixa –, mas sim na localidade de Chilubyane, no posto administrativo de Guma. A decisão de evitar a Vila de Massinga levanta questões, especialmente porque é nessa área que ocorreram incidentes graves, incluindo a morte de apoiantes do político Venâncio Mondlane. Assim, surgem dúvidas sobre a disposição do Presidente em enfrentar de frente a população local e dialogar, sobretudo com os jovens, que têm muito a dizer ao mais alto dirigente do país.
