A corrida pela liderança da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) está envolta em controvérsias, abstenções e alegações de manobras ocultas. Após a retirada da Associação Comercial da Beira (ACB), que criticou duramente o processo eleitoral, agora é a vez da Associação Moçambicana de Operadores de Safaris (AMOS) manifestar o seu afastamento, alegando falta de ética e transparência no processo que definirá o sucessor de Agostinho Vuma.
Num comunicado enviado à direção da CTA, a AMOS afirmou que não participará do processo eleitoral devido à ausência de garantias mínimas de integridade. A associação denuncia a presença de “factores preocupantes” que, segundo ela, colocam em causa a lisura do pleito.
Em paralelo, ganham força nas redes sociais acusações sobre um alegado plano orquestrado pela família Abdula, supostamente com o apadrinhamento de Agostinho Vuma, para assegurar o controlo da CTA. A denúncia sugere que negociações teriam sido concluídas recentemente entre ambas as partes com o objetivo de afastar os principais rivais da corrida eleitoral: Álvaro Massingue e Lineu Candieiro.
Segundo a mesma denúncia, Massingue estaria a ser pressionado por meios informais, enquanto Candieiro estaria a enfrentar obstáculos que visariam até impedir sua presença na fase final da contagem de votos.
Fontes próximas ao processo apontam que Maria Assunção Abdula estaria a ser preparada discretamente para assumir a presidência da CTA, numa estratégia vista como o regresso indireto de Salimo Abdula, que já presidiu a organização e continua a ser acusado de exercer forte influência sobre os destinos da entidade.
Historicamente, há um padrão na CTA em que presidentes cessantes tentam influenciar diretamente na escolha dos seus sucessores. Salimo Abdula teria seguido esse caminho ao apoiar Rogério Manuel em 2011, que, por sua vez, entregou o cargo a Agostinho Vuma em 2019. Agora, críticas indicam que Vuma estaria a tentar manter o controlo da CTA no mesmo círculo, através da candidatura de Maria Assunção.
