Durante a Conferência Nacional dos Combatentes da Luta pela Democracia (ACOLDE), realizada em Maputo, o presidente da RENAMO, Ossufo Momade, negou de forma categórica qualquer envolvimento no manuseio de fundos destinados aos combatentes desmobilizados no âmbito do Processo de Desmobilização, Desarmamento e Reintegração (DDR). Segundo o líder do maior partido da oposição, jamais recebeu valores dirigidos a este grupo.
“Ossufo Momade nunca recebeu qualquer quantia destinada aos desmobilizados. Por isso, desafiamos os que fazem tais acusações a apresentarem provas, em nome da transparência e do interesse da sociedade moçambicana”, declarou.
Momade destacou que o pagamento de pensões é da alçada do Estado, não da RENAMO ou de sua liderança. Ele lembrou que cabe ao Governo garantir o cumprimento desse direito, e não ao partido.
“Não compete à RENAMO nem ao seu presidente estabelecer ou pagar pensões. Essa é uma responsabilidade que pertence ao Governo da República de Moçambique”, frisou.
Embora o acordo inicial do DDR não incluísse o direito à reforma, Momade afirmou que, sob a sua liderança, houve avanços nesse sentido, com a introdução das pensões para ex-combatentes, fruto de negociações com o Executivo.
“O nosso compromisso é garantir que os combatentes desmobilizados tenham acesso a pensões e possam desenvolver projectos geradores de rendimento, para assegurar a sua subsistência. E temos trabalhado incansavelmente para isso”, acrescentou.
O dirigente aproveitou ainda para criticar a Comunidade Internacional, que, segundo ele, não cumpriu as promessas feitas durante as negociações. De acordo com Momade, a expectativa era de que fossem implementados projectos para apoiar economicamente os ex-combatentes, mas até agora os resultados não se concretizaram.
“Infelizmente, os compromissos assumidos pela Comunidade Internacional, representada nas negociações pelo Embaixador Mirko Manzoni, ainda não se traduziram em ações concretas”, lamentou.
Apesar das dificuldades, Ossufo Momade garantiu que a RENAMO continuará engajada no diálogo com todas as partes envolvidas no DDR, sublinhando que o objetivo é garantir soluções sustentáveis para os seus membros.
Sobre os últimos episódios envolvendo a ocupação de sedes do partido, incluindo o seu gabinete, Momade considerou que os autores agiram sem fundamentos claros, alegando que os motivos são obscuros e não conseguirão desestabilizar o partido.