Uma descoberta surpreendente está desafiando o que a ciência sabia até agora sobre a vida no planeta. Pesquisadores identificaram um organismo microscópico que quebra uma das regras mais fundamentais da biologia: a necessidade de oxigênio. Trata-se do Henneguya salminicola, um parasita que vive nos músculos do salmão-do-Pacífico e que, ao contrário de todos os animais multicelulares conhecidos, não depende de oxigênio para sobreviver.
Quem é esse parasita fora do comum?
O Henneguya salminicola faz parte do grupo dos cnidários — mesma família das águas-vivas e corais. Mas ao longo de milhões de anos de evolução, ele perdeu completamente a capacidade de respirar oxigênio. Cientistas descobriram que ele não possui genes mitocondriais, que normalmente estão presentes em todos os animais para converter oxigênio em energia celular.
Como ele sobrevive, então?
Segundo pesquisadores da Universidade de Tel Aviv, que realizaram a análise genômica, esse pequeno ser encontrou outro meio de produzir energia. Como vive dentro do corpo de seu hospedeiro — o salmão — ele provavelmente absorve moléculas energéticas diretamente das células do peixe, sem precisar realizar respiração aeróbica.
Por que isso é tão importante?
A descoberta, publicada na revista científica PNAS (Proceedings of the National Academy of Sciences), muda nossa compreensão sobre os limites da vida. Até então, acreditava-se que todos os animais multicelulares precisavam de oxigênio para viver. O caso do H. salminicola abre caminho para novas investigações sobre como a vida pode existir em ambientes extremos — como as profundezas dos oceanos, regiões subterrâneas e até outros planetas ou luas, como Europa e Encélado.
Um parasita… mas pacífico
Apesar de viver dentro do peixe, esse organismo não causa inflamações nem doenças. Ele é considerado inofensivo, mantendo uma relação parasitária que não prejudica diretamente o hospedeiro. Essa convivência tranquila também chama a atenção dos cientistas.
E agora?
A descoberta não apenas revoluciona conceitos básicos da biologia, como também inspira pesquisas sobre possíveis formas de vida fora da Terra. Afinal, se a vida pode existir sem oxigênio aqui, quem sabe o que poderemos encontrar no espaço?