O sector energético nacional enfrenta mais uviravolta com a suspensão das opeca de Te, localizado no distrito de Inhassoro, príncidenmpreendimento, consideraestratégico para a expansão da capacidade energética do país, previa gerar 450 dos 600 megawatts que o Governo planeava integrar ao sistema nacional.
A TSK, encarregue da construção da central a gás natural com base em tecnologia Siemens, iniciou esta semana a retirada de equipamentos e trabalhadores do local, citando divergências contratuais como razão para a paralisação indefinida dos trabalhos. A empresa divulgou a decisão através de um comunicado na sua plataforma oficial.
Orçado em cerca de 650 milhões de dólares, o projecto de Temane é uma das maiores apostas nacionais na diversificação da matriz energética, sendo crucial para o reforço da rede eléctrica através de uma nova linha de transmissão de alta tensão com cerca de 520 quilómetros, que ligaria Vilankulo a Maputo.
A central, estruturada sob um modelo de parceria público-privada, é liderada pela empresa Globeleq, que detém vasta experiência no continente africano com projectos na Tanzânia, África do Sul, Camarões, Quénia e Costa do Marfim. A Electricidade de Moçambique (EDM) e a multinacional Sasol também fazem parte do consórcio. Para viabilizar a obra, foram mobilizados financiamentos junto de instituições como o Banco Mundial, o Banco Africano de Desenvolvimento e o Banco Islâmico.
A interrupção das obras representa um duro golpe para os planos energéticos nacionais, especialmente num contexto em que Moçambique pretende posicionar-se como um exportador regional de energia, aproveitando os seus vastos recursos naturais. O Governo tem tentado dinamizar o sector com projectos paralelos, como o de Mphanda Nkuwa no rio Zambeze, que prevê gerar até 1.500 MW de energia hidroeléctrica. Contudo, este também enfrenta desafios relacionados com financiamento e estruturação.
Mais do que uma simples paragem técnica, a suspensão do projecto de Temane expõe debilidades na gestão contratual e na estabilidade das grandes parcerias estratégicas. Sem soluções concretas e rápidas, o sonho da autossuficiência energética e de um papel relevante no mercado energético regional pode continuar adiado.
