“Por que toda eleição termina em confusão?”, questiona Chapo

Desde a introdução do multipartidarismo em 1994, Moçambique ainda não conheceu eleições que terminassem de forma pacífica e festiva. Em vez disso, cada processo eleitoral tem sido seguido por contestações, sobretudo da oposição. Diante desse cenário repetitivo, o Presidente da República, Daniel Francisco Chapo, propõe um amplo debate nacional envolvendo todos os sectores sociais, com o objetivo de identificar as causas e buscar soluções duradouras.

Segundo Chapo, após mais de três décadas de democracia, é inaceitável que o país continue a enfrentar instabilidade sempre que vai às urnas. “É um problema que pode ser resolvido com diálogo”, afirmou o estadista.

Para ele, é essencial que os moçambicanos se reúnam como irmãos e analisem, de forma aberta, os motivos pelos quais nenhum pleito eleitoral desde 1994 terminou sem tumultos. “Devemos perguntar-nos: por que razão, em 30 anos de democracia multipartidária, nunca tivemos uma eleição que encerrasse de forma pacífica?”, questionou.

O Presidente acredita que a resposta está no diálogo inclusivo. “Precisamos conversar, identificar o que está mal e trabalhar juntos para corrigir. Só assim, um dia, poderemos testemunhar eleições em que o vencido liga ao vencedor para parabenizá-lo, volta para casa, partilha uma refeição em paz e aguarda pela próxima disputa eleitoral”, exemplificou.

Chapo comparou o cenário político ao mundo do futebol para reforçar sua mensagem. “As equipas de futebol sabem aceitar os resultados. Uma pode perder por cinco a zero, mas no fim do jogo, todos regressam às suas casas sem ódio. Na política, também não deve haver inimigos, apenas adversários”, disse, usando como exemplo o Ferroviário de Inhambane e o Temusa de Massinga.

Finalizando, o Presidente apelou aos partidos políticos a promoverem a paz e rejeitarem a cultura de violência e divisão. “Quem planta ódio, colhe ódio. Precisamos cultivar o amor, a paz e a estabilidade, garantindo assim um ambiente propício ao desenvolvimento social, político e económico de Moçambique”, concluiu.

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