Nesta quarta-feira, 7 de maio de 2025, teve início oficialmente o Conclave no Vaticano, com a presença de 133 cardeais com menos de 80 anos, encarregados de eleger o sucessor do Papa Francisco, falecido no último dia 21 de abril. A reunião ocorre na Capela Sistina, sob rígido sigilo, como determina a tradição milenar da Igreja Católica.

Processo de votação e tradição da fumaça

Durante o Conclave, os cardeais permanecem completamente isolados do mundo exterior até que um novo Papa seja eleito. A votação exige ao menos dois terços dos votos — ou seja, 89 votos — para que um nome seja escolhido. São realizadas até quatro votações por dia. Caso não haja consenso após três dias, há uma pausa de um dia para reflexão antes da retomada das votações.

A famosa fumaça que sai da chaminé da Capela Sistina é o principal sinal externo do andamento do Conclave: preta indica que ainda não houve decisão, e branca anuncia que um novo Papa foi eleito. A primeira “fumata” está prevista para o início da noite (horário local) desta quarta-feira.

Os nomes mais cotados

A sucessão de Francisco ocorre em um momento de tensões e disputas internas entre alas conservadoras e progressistas da Igreja. Diversos cardeais são considerados favoritos, representando diferentes visões e regiões do mundo:

Pietro Parolin (Itália) – Atual Secretário de Estado do Vaticano, é visto como um diplomata experiente e próximo do legado de Francisco.

Matteo Zuppi (Itália) – Arcebispo de Bolonha, reconhecido por seu envolvimento em negociações de paz, inclusive entre Rússia e Ucrânia.

Luis Antonio Tagle (Filipinas) – Conhecido como o “Francisco asiático”, é um forte candidato entre os reformistas.

Robert Sarah (Guiné) – De perfil mais conservador, pode se tornar o primeiro Papa africano da história moderna.

Peter Turkson (Gana) e Fridolin Ambongo Besungu (RDC) – Representam a crescente força do continente africano na Igreja.

Peter Erdö (Hungria) – Conservador com apoio entre cardeais do Leste Europeu e África.

Robert Francis Prevost e Joseph Tobin (EUA) – Representam a ala reformista da Igreja americana.

Juan José Omella (Espanha) – Arcebispo de Barcelona, conhecido por seu espírito conciliador.

Leonardo Ulrich Steiner (Brasil) – Arcebispo de Manaus, seu nome ganhou força nos últimos dias e representa uma perspectiva da Amazônia e do sul global.

Novo Papa deve sinalizar rumo da Igreja no século XXI

A decisão dos cardeais será anunciada ao mundo por meio da tradicional frase “Habemus Papam”, quando o novo líder da Igreja Católica será apresentado na sacada da Basílica de São Pedro. A expectativa é grande, pois o novo Papa terá o desafio de conduzir a Igreja diante de profundas divisões internas, mudanças sociais globais e a necessidade de manter relevância entre as novas gerações.