Maputo – Numa decisão inédita e com efeitos imediatos, o Governo moçambicano, através do Instituto de Gestão das Participações do Estado (IGEPE), anunciou nesta segunda-feira, 13 de Maio, a cessação de funções dos principais membros do Conselho de Administração da Linhas Aéreas de Moçambique (LAM). A medida surge no âmbito do plano urgente de revitalização da transportadora nacional, que nos últimos meses tem enfrentado sérias dificuldades operacionais e financeiras.
Foram afastados:
- Marcelino Gildo Alberto, Presidente do Conselho de Administração;
- Altino Xavier Mavile, responsável pelas Finanças, Recursos Humanos e Serviços Corporativos;
- Bruno Miguel Domengue Lorena Heliotrope Miranda, responsável pelo Pelouro Técnico e Operacional.
Em substituição, foi nomeado um Conselho de Administração Não Executivo, com representantes de empresas estatais como CFM, HCB, EMOSE e Electricidade de Moçambique, indicando uma aposta clara na gestão interinstitucional para salvar a empresa da falência.
Além disso, uma nova Comissão de Gestão foi criada com funções executivas. Esta equipa será responsável por garantir a continuidade das operações e promover mudanças estruturais urgentes. A comissão é composta por:
- Dane Kondic, como Presidente (um nome com experiência no sector aéreo africano);
- Lucas António Francisco, como responsável pela área de Administração e Finanças;
- Hilário Devis Tembe, para o sector Técnico e Operacional.
Crise profunda obriga a medidas drásticas
Nos últimos meses, a LAM tem estado nas manchetes por atrasos recorrentes, falta de aviões operacionais e relatos de salários em atraso. Vários voos foram cancelados à última hora, provocando frustração generalizada entre passageiros e operadores turísticos. Segundo fontes internas, a empresa tem operado com um número mínimo de aeronaves e enfrenta dívidas acumuladas que ultrapassam os 100 milhões de dólares.
A decisão de afastar a actual direcção surge após vários alertas de parceiros internacionais, que ameaçaram suspender colaborações se não houvesse uma mudança concreta na gestão da LAM.
O que esperar daqui para frente?
Com esta reestruturação, o Governo pretende restaurar a confiança do público e dos parceiros internacionais, estabilizar as finanças da companhia e assegurar que os moçambicanos possam voltar a contar com uma transportadora nacional segura, pontual e funcional.
Enquanto isso, o mercado aguarda por ações concretas da nova Comissão de Gestão e medidas eficazes que possam tirar a empresa da turbulência que ameaça deixá-la em solo por tempo indeterminado.
